Olomouc

29 ago

Olomouc é uma das cidades mais bonitas que já vimos na República Tcheca. É uma cidadezinha universitária no norte da Morávia, região leste do país.

A região de Olomouc começou a ser ocupada pelos eslavos por volta do século 6. No século 11 já era sede de um bispado e por causa de sua crescente importância, a ocupação foi transformada em cidade no meio do século 13. Durante a idade média, era a maior cidade da Morávia.

E hoje? Bem, hoje Olomouc ainda carrega a importância religiosa, mas é também uma cidade universitária muito viva. Em Olomouc fica a segunda universidade mais velha da República Tcheca (a mais velha é a Karlovo Univerzita em Praga) e atualmente uma das melhores de todo o país, a Univerzita Palackého. Estima-se que cerca de um terço da população de Olomouc sejam estudantes, o que se traduz em muitos bares e cafés pela cidade, e uma atmosfera muito descontraída.

O centro da cidade histórica em si é bem pequeno. Da estação de trem é uma caminhada de cerca de dois quilômetros até o centro, cruzando um rio, passando por avenidas e casas coloridas cujo estilo chega a lembrar um pouco Praga. Na caminhada pelo centro a primeira parada se dá na Catedral de São Venceslau, que é bem legal a visita e ao lado o palácio episcopal. Se você tiver tempo, vale a visita ao palácio, que foi transformado num museu de arte, abrangendo desde achados arqueológicos, às obras religiosas e, o que achei o mais interessante, um achado arquitetônico. No palácio espiscopal expuseram os esqueletos das construções desde o período romanesco, passando por tudo o que veio depois. Uma verdadeira aula de história da arquitetura.

Os fundos do palácio, onde antes era um fosso, virou um parque. Notou os retalhos de diferentes estilos e épocas nas paredes?

O centro medieval, com ruas estreitas, é bem propício para se perder e bater perna. Me lembrou muito o centro histórico de Coimbra, pelos mesmos motivos. Na praça Horní há o relógio astronômico, que lembra um pouco o de Praga só que é bem mais moderno e, digamos, socialista. Ele é decorado com mosaicos homenageando trabalhadores e ao invés de santos se moverem quando muda a hora, alguém trabalha. Durante o comunismo o relógio era decorado com estátuas ao proletariado. As estátuas foram removidas após a queda do regime mas o relógio ficou intacto. Supostamente o maior espetáculo do relógio é ao meio-dia, mas não posso contar como foi porque chegamos mais tarde.

Detalhes do relógio

Na praça Horní tem também uma das fontes mais bonitas e interessantes que já vi: a fonte de Arion. É uma fonte de cobre que mistura um pouco de surrealismo com steampunk. Se o dia estiver quente demais, serve para esfriar os pés também e, se você tiver criança pequena, elas podem nadar lá! Aliás, fonte é o que não falta em Olomouc, competindo até em número com as igrejas.

Detalhe da fonte de Arion.

Golfinho bizarro na fonte.

Olomouc é uma cidade gostosa para se perder e andar, e pequena o suficiente para fazer um bate-e-volta de Praga. O melhor de tudo é que não há lá as hordas de turistas como há em Praga. A viagem de trem dura cera de 2 horas e meia. Se quiser curtir o ambiente universitário, não vá lá num feriado ou fim de semana, quando a cidade se esvazia.